Academia Francesa pede precaução com animais devido ao Coronavírus

Mesmo sem evidências científicas de que os animais transmitam a Covid-19, a Academia Francesa de Medicina pediu nesta quarta-feira (25) que os humanos apliquem princípios de precaução.

\”Até o momento, não há demonstração científica sobre o risco de contaminação do Homem pelo vírus a partir de animais domésticos, nem sobre o risco de contaminação (forte e com sinais clínicos) de um animal de estimação a partir de uma pessoa doente\”, escreveu a instituição, que montou um comitê de vigilância do novo coronavírus em 19 de março.
No entanto, \”esses riscos não podem ser descartados\”, continua a Academia, porque o coronavírus da Sars de 2002-2003 (geneticamente próximo ao atual) foi \”isolado em várias espécies animais\” e porque \”dois cães testaram positivo\” em Hong Kong, cujo dono possuía a Covid-19.
A notar, no entanto, que o primeiro cão teve uma \”carga viral muito baixa\” e que os testes seguintes deram \”negativos\”. Se o segundo cão ainda está sob vigilância, nenhum dos dois animais apresentou sinais clínicos, ressalta a Academia.
Mas \”estes dados científicos sugerem que a Covid-19 pode ser transmitida aos cães pelo proprietário infectado\”.

Por outro lado, \”nada indica\” que os cães \”possam, por sua vez, contaminar\” seres humanos ou outros animais, insiste a instituição.

Lembrando que a agência de saúde Anses e a Organização para a Saúde Animal (OIE) consideram a transmissão via animais como \”pouco provável\”, a Academia recomenda, no entanto, que os proprietários \”reforcem as medidas habituais\”, lavando as mãos regularmente ao cuidar do animal e não \”deixá-lo lamber o rosto\”.

Também recomenda: \”separe o proprietário diagnosticado com Covid-19 do animal de estimação durante o período em que o paciente pode estar excretando o vírus\”, por meio da tosse, por exemplo.

Nesse caso, \”na medida do possível, deve ser estabelecida uma quarentena para limitar qualquer contato próximo do animal com outros membros da família\”, afirma a Academia.

Mas ela também deseja lembrar que \”em uma casa onde uma pessoa doente tem Covid-19, o risco de pessoas que vivem sob o mesmo teto está muito mais vinculado ao contato com essa pessoa doente do que com o animal de estimação\” e que \”o animal de companhia é muito mais amigo do que perigo\”.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) também apontou que \”não há evidências de que um cão, gato ou qualquer animal doméstico possa transmitir a Covid-19\”.

Fonte: Correio Braziliense

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